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O Brasil já coleciona 50 medalhas nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, e olha que as disputas ainda não acabaram. Vale ressaltar que essas importantes vitórias, são resultado não apenas do talento dos atletas, mas também do suporte especializado oferecido por profissionais de diversas áreas. O CREFITO-8 teve a oportunidade incrível de conhecer uma dessas personalidades, o terapeuta ocupacional Dr. Jesse Matoso, cuja trajetória no esporte paralímpico é marcada por inovações e intervenções que impulsionaram o desempenho de inúmeros atletas.

Formado pelo projeto de extensão "Terapia Ocupacional, Reabilitação Física e Paradesporto" da UFPR, Dr. Jesse encontrou nesse campo uma paixão que moldou sua carreira. O projeto foi um divisor de águas, como ele explica:

"A partir do projeto, pude entender quais são as possibilidades de intervenção que impactariam no esporte e no desempenho ocupacional desses atletas como um todo. Isso me abriu portas para me aprofundar no Paradesporto."

Ao longo de sua jornada, Jesse teve a oportunidade de trabalhar com atletas da ADFP e do Clube de Regatas Curitiba, onde enfrentou o desafio de apresentar a Terapia Ocupacional para equipes técnicas que não tinham experiência com a área. Segundo ele, o processo colaborativo foi fundamental:

"Mostrar para a equipe a importância da Terapia Ocupacional e como ela poderia contribuir com os atletas foi essencial. Essa experiência me ofereceu uma perspectiva única sobre como personalizar intervenções terapêuticas para alta performance."

Um dos pontos altos de sua atuação foi a criação de Tecnologias Assistivas (TAs) personalizadas, que fizeram toda a diferença na performance de atletas. Jesse desenvolveu uma vestimenta adaptada para um atleta amputado na categoria KL3 de Paracanoagem, o que resultou em um avanço significativo no desempenho desse esportista:

"Essa Tecnologia Assistiva permitiu que o atleta maximizasse seu potencial dentro do esporte, impactando diretamente nos resultados competitivos."

A atuação de Jesse não se restringe às competições. Seu acompanhamento contínuo dos atletas, inclusive em dias de prova, é essencial para o sucesso. Ele relembra uma experiência marcante em 2022, durante as competições de Paracanoagem:

"Realizei todo o acompanhamento de atletas que hoje estão nas Paralimpíadas de Paris. Foi um aprendizado enriquecedor e me fez entender a importância de estar sempre presente para ajustes de última hora, garantindo que o atleta esteja pronto para dar o seu melhor."

Com os desafios de integrar cada vez mais terapeutas ocupacionais nas comissões técnicas, Jesse enfatiza a necessidade de reconhecimento e formação específica. Ele acredita que o trabalho em equipe entre profissionais de diversas áreas – como fisioterapeutas, psicólogos e engenheiros – é o caminho para o sucesso dos atletas paralímpicos:

"A abordagem interdisciplinar gera melhores resultados tanto no desempenho esportivo quanto na qualidade de vida dos atletas."

Neste cenário olímpico, o trabalho de Jesse Matoso nos bastidores exemplifica a importância do terapeuta ocupacional no esporte de alto rendimento, mostrando que a superação dos atletas é resultado de uma parceria entre dedicação, ciência e tecnologia.